Your Ads Here (1260 x 240 area)

O que é neuroinflamação?

Você já ouviu falar em neuroinflamação? O nome pode soar técnico demais, mas o impacto dela talvez esteja mais próximo da sua realidade do que você imagina.

Alterações no humor que não têm explicação clara, cansaço mental constante, perda de memória fora do comum — e se tudo isso estivesse ligado a um processo inflamatório silencioso dentro do seu cérebro?

Portanto, a neuroinflamação tem sido apontada como um possível elo entre distúrbios neurológicos, emocionais e até doenças degenerativas.

Mas o que realmente causa esse tipo específico de inflamação? Como ela começa, e mais importante: como ela pode ser controlada ou até evitada? É isso que você vai descobrir abaixo.

Então, continue lendo e saiba o que é a neuroinflamação, quais são os sintomas e como tratar!

O que é neuroinflamação?

A neuroinflamação é um termo que descreve uma resposta inflamatória no sistema nervoso central, mas não é simples como um inchaço no joelho.

Aqui, células específicas do cérebro — como micróglias e astrócitos — entram em estado de alerta quando detectam algo errado.

Em seguida, elas liberam substâncias químicas pró-inflamatórias, como citocinas e quimiocinas, que recrutam outras células de defesa. Mas se o sinal de “alerta” persiste, essas moléculas passam a danificar neurônios e sinapses.

Os astrócitos — células que nutrem os neurônios — também entram no ciclo, liberando radicais livres que oxidam e matam células saudáveis.

Os riscos associados à neuroinflamação crônica são diversos. Por isso, ela está intimamente ligada a doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, onde a inflamação persistente acelera a morte neuronal.

Além disso, condições psiquiátricas — depressão, ansiedade — podem ser exacerbadas por citocinas que interferem na síntese de neurotransmissores como serotonina.

A plasticidade sináptica reduzida, decorrente do ambiente inflamatório, também compromete a aprendizagem e a memória, criando um ciclo vicioso de deterioração cognitiva. 

Sintomas da neuroinflamação 

A neuroinflamação manifesta-se de maneira heterogênea, dependendo da região cerebral afetada, da intensidade da resposta imune e da duração do processo.

Então, sintomas comuns da neuroinflamação incluem:

  • Dores de cabeça tensionais: A inflamação nas meninges (membranas que envolvem o cérebro) ou em vasos sanguíneos cerebrais estimula receptores de dor;
  • Dificuldade para dormir: Citocinas como TNF-alfa suprimem a melatonina, hormônio que regula o sono. Além disso, a hiperatividade das micróglias mantém o cérebro em estado de vigília, mesmo à noite;
  • Perda de memória recente: O hipocampo, região que forma novas memórias, é vulnerável à inflamação. Em seguida, a neurogênese (nascimento de neurônios) é inibida, e conexões existentes se enfraquecem.
  • Formigamento nas mãos ou pés: A inflamação em nervos periféricos (neuropatia) danifica a bainha de mielina. Sinais elétricos são interrompidos, causando dormência;
  • Sensibilidade a luz e sons: Sons normais podem parecer estridentes, e luzes comuns, ofuscantes;
  • Tremores ou rigidez muscular: Inflamação nos gânglios da base — área que controla movimentos — prejudica a transmissão dopaminérgica, levando a tremores ou lentidão;
  • Compulsão por doces ou gordura: A inflamação no hipotálamo, região que regula fome, desequilibra os sinais de saciedade. O corpo busca energia rápida para “combater” o estresse inflamatório;
  • Queda na libido: A neuroinflamação afeta o eixo hormonal hipotálamo-hipófise, reduzindo a produção de testosterona e estrogênio, essenciais para o desejo sexual;
  • Problemas digestivos: O eixo intestino-cérebro é uma via de mão dupla. A inflamação neural aumenta a permeabilidade intestinal, liberando toxinas que pioram a resposta imune.
  • Perda de memória recente: O hipocampo, vulnerável a danos oxidativos, tem sua neurogênese comprometida pela neuroinflamação.

Causas da neuroinflamação 

O gatilho da neuroinflamação pode ser uma infecção, um trauma ou até mesmo hábitos do dia a dia. Contudo, o que define a gravidade é o tempo de exposição a esses fatores e a capacidade do organismo em interromper a resposta imune. 

Portanto, os seguintes fatores são apontados como os principais desencadeantes:

  • Infecções por vírus neurotrópicos: Vírus como herpes, HIV e o SARS-CoV-2 (causador da COVID-19) têm capacidade de invadir o sistema nervoso, ativando micróglias e desencadeando inflamação;
  • Traumas cranioencefálicos: Pancadas na cabeça causam danos físicos aos neurônios e liberam proteínas que estimulam a resposta imune;
  • Doenças autoimunes: Condições como esclerose múltipla fazem o sistema imunológico atacar a mielina, revestimento dos neurônios, gerando inflamação persistente;
  • Depósitos de proteínas anormais: O acúmulo de beta-amiloide (no Alzheimer) ou alfa-sinucleína (no Parkinson) irrita as células gliais, levando à liberação de citocinas inflamatórias;
  • Exposição a toxinas ambientais: Metais pesados (chumbo, mercúrio), agrotóxicos e poluentes do ar atravessam a barreira hematoencefálica e danificam células cerebrais;
  • Estresse crônico: O cortisol elevado modifica a função das micróglias, tornando-as hiperativas e agressivas aos neurônios;
  • Obesidade e dieta inadequada: Gorduras trans e açúcares refinados aumentam a permeabilidade intestinal, permitindo que toxinas entrem na corrente sanguínea e atinjam o cérebro;
  • Distúrbios do sono: A privação de sono impede a limpeza de metabólitos tóxicos no cérebro, como a proteína tau, que promove inflamação; 
  • Consumo excessivo de álcool: O álcool danifica a barreira hematoencefálica e estimula a produção de radicais livres, que oxidam tecidos neurais. 
  • Resistência à insulina: O excesso de glicose no sangue desregula o metabolismo cerebral e ativa vias inflamatórias. 

Neuroinflamação e COVID-19 

A pandemia de COVID-19 trouxe à tona uma ligação preocupante com a neuroinflamação. Muitos pacientes relatam sintomas neurológicos meses após a infecção, como perda de memória e fadiga extrema.

Pesquisas recentes mostram que o vírus SARS-CoV-2 não afeta apenas os pulmões; ele também tem mecanismos para atingir o sistema nervoso central. 

Uma vez no cérebro, o vírus pode infectar astrócitos e micróglias, desencadeando uma resposta imune exagerada.

Em seguida, essas células liberam citocinas como IL-6 e TNF-alfa, que danificam neurônios e sinapses, mesmo após a eliminação do vírus. 

As moléculas inflamatórias produzidas no corpo inteiro atravessam a barreira hematoencefálica e ativam células gliais no cérebro. Isso cria um ciclo vicioso: a inflamação periférica alimenta a inflamação neural, e vice-versa. 

Existe tratamento para a inflamação neural?

Controlar a neuroinflamação costuma ser um desafio médico, mas não impossível. O tratamento é orientado a causa subjacente: uma infecção viral precisa estratégias diferentes de uma doença neurodegenerativa.

Em todo caso, o objetivo é interromper o ciclo de ativação imune excessiva sem comprometer a defesa do organismo. A ideia não é suprimir totalmente essas células, mas reprogramá-las para que retomem sua função protetora.

Estratégias de estilo de vida também são importantes. Estudos mostram que intervenções como dieta balanceada, exercícios físicos e controle do estresse reduzem marcadores inflamatórios no sistema nervoso.

De modo geral, o tratamento da neuroinflamação pode abranger:

  • Antivirais: Usados em casos de neuroinflamação por infecções virais, como herpes ou HIV;
  • Corticosteroides: Reduzem a inflamação aguda em condições como encefalite autoimune, mas têm uso limitado devido a efeitos colaterais;
  • Imunossupressores: Azatioprina e metotrexato controlam respostas autoimunes desreguladas, como na esclerose múltipla;
  • Anticorpos monoclonais: Ocrelizumabe e natalizumabe bloqueiam células imunes que atacam a mielina; 
  • Moduladores de micróglias: Substâncias experimentais, como a PLX5622, renovam populações de micróglias hiperativas; 
  • Antioxidantes: N-acetilcisteína e vitamina E neutralizam radicais livres gerados pela inflamação neural; 
  • Ômega-3: Presente em peixes como salmão, reduz a produção de citocinas pró-inflamatórias no cérebro; 
  • Exercício aeróbico regular: Aumenta o BDNF, fator que protege neurônios e reduz inflamação;
  • Terapia cognitivo-comportamental: Auxilia no manejo do estresse, diminuindo a liberação de cortisol;
  • Probióticos: Lactobacillus e Bifidobacterium melhoram a saúde intestinal, reduzindo a liberação de toxinas na corrente sanguínea. 

O que acontece se não tratar a neuroinflamação? 

Sem intervenção, a resposta imune desregulada no cérebro continua a danificar neurônios e sinapses, já que as células que deveriam proteger o tecido neural, permanecem liberando substâncias tóxicas.

Com o tempo, áreas responsáveis por memória, como o hipocampo, perdem conexões, levando a esquecimentos frequentes e dificuldade para aprender novas informações. 

Doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, estão diretamente ligadas à inflamação neural crônica. Proteínas malformadas, como a beta-amiloide, agem como gatilhos para a ativação contínua das células de defesa.

A saúde mental também é afetada. Citocinas inflamatórias interferem na produção de neurotransmissores como serotonina e dopamina, associados ao humor e à motivação.

Como a dieta influencia a neuroinflamação 

Uma dieta rica em fibras alimenta bactérias benéficas, que produzem ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs). Esses compostos reduzem a ativação de micróglias e a liberação de citocinas inflamatórias. 

Por outro lado, alimentos ultraprocessados têm o efeito oposto. Eles contêm aditivos que irritam a parede intestinal, permitindo que toxinas entrem na corrente sanguínea.

Uma dessas toxinas, o lipopolissacarídeo (LPS), pode ativar respostas imunes no cérebro. Estudos já mostraram que níveis elevados de LPS no sangue estão associados a maior risco de depressão e declínio cognitivo. 

O equilíbrio entre ômega-3 e ômega-6 na dieta também é importante. O ômega-3 (encontrado em peixes como sardinha) tem efeito anti-inflamatório, mas o excesso de ômega-6 promove a síntese de moléculas pró-inflamatórias.

Quais alimentos causam neuroinflamação? 

Alguns alimentos ativam mecanismos que irritam o sistema nervoso central. O açúcar refinado, por exemplo, não apenas eleva a glicemia, como também estimula neuroinflamação.

Já as gorduras trans, presentes em produtos industrializados, alteram a composição das membranas neuronais, tornando-as mais suscetíveis a danos. 

Aditivos químicos, como emulsificantes em sorvetes e biscoitos, perturbam a microbiota intestinal. Isso leva à disbiose, um desequilíbrio bacteriano que aumenta a permeabilidade intestinal.

oxinas escapam para a corrente sanguínea e chegam ao cérebro, onde desencadeiam respostas imunes. Até adoçantes artificiais, considerados “saudáveis”, têm efeito negativo ao alterar a diversidade da flora intestinal. 

Carnes processadas, como linguiças e presuntos, contêm nitratos que se convertem em compostos pró-inflamatórios. O consumo regular está associado a maior risco de doenças neurodegenerativas e declínio cognitivo precoce. 

Também esteja atento a: 

  • Óleos vegetais refinados (soja, milho): Ricos em ômega-6, causam desequilíbrio inflamatório;
  • Frituras em óleo reutilizado: Geram aldeídos, compostos tóxicos que danificam neurônios;
  • Farinha branca: Alta carga glicêmica estimula a liberação de insulina e processos inflamatórios;
  • Bebidas alcoólicas em excesso: Danificam a barreira hematoencefálica e geram radicais livres;
  • Glúten (para sensíveis): Em pessoas com intolerância, desencadeia resposta imune que afeta o SNC;
  • Laticínios integrais em excesso: O ácido araquidônico presente estimula vias inflamatórias. 
  • Alimentos com corantes artificiais: Ativam mastócitos, células que liberam histamina e amplificam a inflamação.

Quais alimentos diminuem a neuroinflamação? 

A relação entre o que comemos e a saúde cerebral é mais prática do que parece. Então, certos nutrientes possuem propriedades que acalmam a atividade imune no sistema nervoso central.

Eles agem nas células gliais reduzindo a liberação de moléculas inflamatórias. Por outro lado, esses compostos também reforçam a barreira hematoencefálica, impedindo que toxinas e patógenos atinjam o tecido neural. 

Portanto, se você deseja combater a neuroinflamação através da sua dieta, favoreça os seguintes alimentos: 

  • Salmão e sardinha: Fontes de ômega-3 (DHA e EPA), que suprimem a produção de citocinas como IL-6;
  • Açafrão-da-terra (cúrcuma): A curcumina bloqueia a via NF-kB, central na regulação da inflamação neural;
  • Brócolis e couve-flor: Contêm sulforafano, que estimula enzimas antioxidantes no cérebro;
  • Mirtilos e amoras: Ricos em antocianinas, protegem os neurônios contra danos oxidativos;
  • Chá verde: A epigalocatequina galato (EGCG) reduz a ativação de micróglias pró-inflamatórias;
  • Nozes e castanhas: Fornecem vitamina E, que protege as membranas neuronais;
  • Azeite de oliva extravirgem: O oleocanthal inibe enzimas inflamatórias, similar a anti-inflamatórios não esteroides;
  • Chocolate amargo (70%+): Flavonoides melhoram o fluxo sanguíneo cerebral e reduzem a inflamação;
  • Gengibre: O gingerol diminui a expressão de genes ligados à inflamação neural;
  • Alho: Compostos sulfúricos modulam a resposta imune e reduzem o estresse oxidativo. 

Conclusão 

A neuroinflamação não é um destino inevitável. Ela surge de fatores cotidianos, ambientais e biológicos que, juntos, moldam a saúde cerebral.

Portanto, reconhecer seus sinais — desde a névoa mental até a fadiga persistente — é o primeiro passo para interromper um processo que, silenciosamente, compromete funções importantes. 

Compartilhe:

Agende sua consulta!

Preencha suas informações e nós entraremos em contato para marcar seu horário!
Ready to take your business to the next level?
Your Ads Here (365 x 365 area)