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Intestino e depressão: qual a relação?

Depressão e intestino: qual é, de fato, a ligação? Afinal, como um órgão que lida com digestão, bactérias e fibras pode ter qualquer coisa a ver com humor, motivação ou crises existenciais?

A conexão entre depressão e intestino não só existe, como vem sendo escancarada por estudos que estão virando a psiquiatria de ponta-cabeça.

Existe uma rede de comunicação real e intensa entre o cérebro e o sistema digestivo — e entender isso pode mudar tudo, inclusive a forma como tratamos transtornos mentais.

Quer saber o que a flora intestinal tem a ver com seus pensamentos deprimidos? Ou por que um desequilíbrio de bactérias pode mexer com sua motivação? Então continue lendo este artigo e descubra tudo!

O que é e quais são os sintomas da depressão? 

A depressão é um transtorno mental caracterizado por alterações persistentes no humor, como tristeza profunda, perda de interesse em atividades cotidianas e sensação de vazio.

Além dos sintomas emocionais, afeta o corpo: causa fadiga, alterações no sono e apetite, e está ligada a desequilíbrios químicos no cérebro, como redução de serotonina e dopamina. 

Os sintomas mais conhecidos incluem humor persistentemente baixo, perda de interesse em hobbies e isolamento social, mas há nuances que poucos discutem. 

Por exemplo, você sabia que problemas digestivos, como intestino inflamado, podem intensificar os sintomas da depressão? É verdade.

Isso acontece porque o intestino produz cerca de 90% da serotonina do corpo — o neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar.

E quando o sistema digestivo está desequilibrado, essa produção cai, criando um terreno fértil para a apatia e a irritabilidade.  

Muita gente não imagina, mas um intestino inflamado causa depressão não só pela falta de serotonina, mas também por liberar substâncias inflamatórias que viajam até o cérebro, agravando a sensação de desesperança.

Por isso, tratar a saúde intestinal é tão importante quanto cuidar da saúde mental. Se negligenciar este cuidado, há uma grande chance das suas terapias de primeira linha não surtirem efeito.

O que causa depressão? 

Genética, eventos traumáticos e estresse crônico são causas comuns da depressão, mas pesquisas recentes estão jogando luz sobre um vilão pouco óbvio: o intestino.

Quando a microbiota intestinal — aquela comunidade de bactérias que vive no seu sistema digestivo — está desequilibrada, o corpo entra em um estado de inflamação crônica.

Essa inflamação libera moléculas chamadas citocinas, que atravessam a barreira hematoencefálica e interferem na comunicação entre neurônios.

Resultado? Menos serotonina, mais ansiedade e uma propensão maior aos sintomas depressivos. Não é à toa que pessoas com síndrome do intestino irritável (SII) têm até três vezes mais chances de desenvolver depressão. 

Alimentos ultraprocessados, ricos em açúcar e gordura, alimentam bactérias prejudiciais, enquanto uma dieta pobre em fibras reduz a diversidade microbiana.

Esse cenário prejudica a produção de neurotransmissores e aumenta a permeabilidade intestinal, permitindo que toxinas entrem na corrente sanguínea.

O cérebro, então, recebe um sinal constante de que algo está errado, e o corpo responde com fadiga, nevoeiro mental e alterações de humor. 

A boa notícia é que ajustes simples na sua dieta podem ajudar a reequilibrar a flora intestinal. Ou seja: cuidar do intestino é cuidar da mente. 

Qual a relação entre intestino e depressão? 

Um estudo publicado na Nature Communications trouxe uma pista intrigante: 13 tipos de bactérias intestinais estão ligadas ao transtorno depressivo.

Esses microrganismos participam da síntese de neurotransmissores como serotonina, glutamato e butirato — substâncias que influenciam diretamente o humor.

Fernando Fernandes, médico do Hospital das Clínicas da USP, explica que a descoberta reforça a ideia de que a depressão e intestino estão mais conectados do que imaginamos. 

Mas como exatamente essa relação funciona? Primeiro, é preciso entender que o intestino abriga trilhões de bactérias que não só ajudam na digestão, como também produzem compostos químicos capazes de afetar o cérebro.

Quando há um desequilíbrio nessa comunidade microbiana — condição conhecida como disbiose —, a produção de neurotransmissores pode ser prejudicada.

Fernandes alega que pacientes depressivos apresentam alterações gastrointestinais. Ou seja, as vias neurais e processos inflamatórios são compartilhados entre o sistema digestivo e o cérebro.

O estudo da Nature analisou a microbiota de indivíduos com depressão grave e encontrou uma diversidade bacteriana distinta daquela de pessoas sem o diagnóstico.

No entanto, o médico ressalta que fatores como dieta, medicamentos e até gênero (já que a depressão é mais comum em mulheres) podem influenciar os resultados. 

O que é o eixo intestino-cérebro? 

Se você já sentiu “frio na barriga” durante uma situação estressante, experimentou o eixo intestino-cérebro em ação.

Essa via de comunicação bidirecional conecta o sistema nervoso central ao sistema digestivo através de nervos, hormônios e sinais imunológicos.

O intestino não apenas digere comida — ele “conversa” com o cérebro 24 horas por dia, e essa troca tem um impacto direto no seu humor. 

Bactérias benéficas, como Lactobacillus e Bifidobacterium, produzem ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs) que reduzem a inflamação e estimulam a produção de serotonina.

Por outro lado, um intestino inflamado envia sinais de perigo ao cérebro via nervo vago, ativando respostas de estresse e ansiedade.

É um ciclo vicioso: o estresse piora a saúde intestinal, e o intestino danificado amplifica os sintomas da depressão. 

Quais neurotransmissores precisamos para o bem-estar? 

Se o intestino é um aliado na produção de substâncias que regulam o humor, conhecer os neurotransmissores envolvidos nesse processo é essencial.

Esses mensageiros químicos atuam como “combustível” para o bem-estar, e desequilíbrios em seus níveis estão diretamente ligados aos sintomas da depressão. Vamos decifrar os principais: 

  • Serotonina: Cerca de 90% dela é produzida no intestino, graças a bactérias como Bifidobacterium. Conhecida como o “hormônio da felicidade”, regula humor, sono e apetite;
  • Dopamina: Envolvida na motivação e no prazer, sua deficiência pode levar à apatia — um dos traços marcantes da depressão. Curiosamente, algumas bactérias intestinais, como Lactobacillus, influenciam sua síntese;
  • GABA: Age como um freio natural para o sistema nervoso, reduzindo a ansiedade. Estudos indicam que certos probióticos aumentam sua produção, o que explica por que cuidar do intestino pode trazer calma;
  • Glutamato: Em excesso, esse neurotransmissor excitatório causa agitação e estresse oxidativo. O butirato, produzido por bactérias intestinais ao fermentar fibras, ajuda a equilibrar seus níveis;

Para manter esses neurotransmissores em equilíbrio, a dieta é uma aliada. Alimentos ricos em fibras alimentam bactérias produtoras de butirato, enquanto proteínas fornecem triptofano para a síntese de serotonina.

Inflamação no intestino como gatilho para a piora da depressão 

Um estudo publicado no American Medical Journal mostrou que a inflamação no intestino envia sinais ao cérebro, piorando os sintomas depressivos. 

A pesquisa acompanhou 247 pacientes com depressão e problemas intestinais. Dois terços deles tinham níveis altos de substâncias inflamatórias no cérebro, mesmo sem infecções no corpo. Isso acontece porque o intestino inflamado: 

  • Reduz a serotonina: A enzima IDO1 diminuiu a produção desse neurotransmissor em 60%, piorando a apatia e a tristeza. 
  • Aumenta o glutamato: A toxina produzida pelo intestino (ácido quinolínico) superestimula o cérebro, levando a irritação e cansaço mental. 
  • Bloqueia a dopamina: Substâncias inflamatórias impedem a produção desse neurotransmissor ligado à motivação. 

O estudo também testou um medicamento anti-inflamatório nesses pacientes.

Em 12 semanas, os que receberam o remédio tiveram quase o dobro de melhora nos sintomas depressivos comparados ao grupo que tomou placebo. O remédio funcionou porque normalizou os níveis de triptofano. 

Alimentação saudável como forma de tratamento 

Vamos combinar: ninguém gosta de ouvir que precisa mudar a dieta, ainda mais quando o humor está lá embaixo.

Mas se você está cansado de sentir que a depressão manda no seu dia, talvez valha a pena olhar para o que está no prato.

A conexão entre depressão e intestino é real, e ajustar a alimentação pode ser um jeito prático de dar um alívio — sem precisar virar um monge da gastronomia. 

Tá, mas o que priorizar? Veja algumas recomendações abaixo:

1.     Foco nas fibras

Não precisa ser nada sofisticado: aveia no café da manhã, uma banana verde no lanche ou uma sopa com semente de girassol no jantar já ajudam.

Esses alimentos alimentam as bactérias boas do intestino, que produzem substâncias anti-inflamatórias como o butirato, úteis para melhorar a depressão.

Esse ácido graxo é tipo um reparador de paredes intestinais — ele fecha os “buracos” que deixam toxinas vazarem e irritarem o corpo todo. E menos inflamação significa menos sintomas da depressão. 

2.     Probióticos para intestino e depressão

Se você tem um intestino inflamado, essa reposição é ainda mais importante: bactérias boas ajudam a frear a inflamação que piora o humor.  

Peixes como sardinha e salmão também merecem espaço no cardápio. O ômega-3 deles não só reduz inflamações como fortalece os neurônios, melhorando a comunicação entre eles.

Se a ideia de comer peixe não agrada, sementes de linhaça ou chia batidas no suco são alternativas. 

3.     Faça ajustes necessários

Agora, o lado menos glamouroso: cortar açúcar e processados. Refrigerante, biscoito recheado e salgadinho são como gasolina para bactérias prejudiciais.

Elas fermentam esses alimentos, produzem gases e deixam o intestino mais permeável. Resultado? Toxinas entram na corrente sanguínea, e o cérebro recebe sinais constantes de que algo está errado.

Troque esses itens por frutas frescas, castanhas ou até um punhado de pipoca caseira (sem manteiga industrializada). 

4.     Priorize o magnésio

Não esqueça do magnésio. Ele está no espinafre, na castanha-do-pará e até no chocolate amargo (70% cacau, no mínimo).

Esse mineral é essencial para a manutenção da saúde do intestino, e sua falta está ligada à piora da depressão. 

A chave é não transformar isso numa lista de regras. Escolha uma ou duas mudanças por vez — tipo trocar o pão branco por integral ou incluir um iogurte natural no lanche. O que importa é criar hábitos que não pareçam um fardo.

Afinal, a meta não é só sobre evitar a depressão e intestino inflamado, mas sobre dar ao corpo ferramentas para se reconectar com o bem-estar.

Alimentos que pioram a depressão e prejudicam o intestino 

Aquele pacote de bolacha recheada que você abre no meio do dia aparentemente é inofensivo, mas está longe de ser.

Alimentos ultraprocessados — como salgadinhos, refrigerantes e nuggets — são campeões em aditivos químicos que irritam o intestino.

Emulsionantes como polissorbato 80 e carboximetilcelulose, por exemplo, aumentam a permeabilidade intestinal. Isso significa que toxinas e bactérias escapam mais facilmente para a corrente sanguínea, gerando inflamação.

O açúcar refinado é outro sabotador. Além de alimentar bactérias nocivas no intestino, ele desregula os níveis de glicose no sangue.

Picos seguidos de quedas bruscas deixam você irritado e cansado, sintomas que muitas vezes se confundem com os sintomas da depressão.

Gorduras trans, presentes em frituras e margarinas, também entram na lista proibida. Elas alteram a estrutura das membranas celulares dos neurônios, dificultando a comunicação entre eles.

Até o glúten pode ser um vilão para quem tem sensibilidade. Em pessoas com intolerância não celíaca, ele aumenta a liberação de zonulina, uma proteína que abre “frestas” no intestino.

Conclusão 

A relação entre depressão e intestino é uma realidade com implicações práticas. Sabemos que um intestino inflamado causa depressão através de vias neurais, inflamatórias e hormonais.

Portanto, o caminho para quem busca alívio dos sintomas da depressão passa, necessariamente, por cuidar da saúde do intestino.

Então, se quiser saber como cuidar da sua saúde mental através da alimentação, agende uma consulta hoje com um nutricionista certificado!

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